Movimento Terras -

26 de setembro de 2012

VENTILAÇÃO CRUZADA

A ventilação natural é o fenômeno da movimentação do ar no interior das edificações sem a indução de nenhum sistema mecânico, ocorre por diferença de pressão do ar, que pode ocorrer por ação dos ventos ou de densidade do ar devido à variação de temperatura.

Somente com a diferença de pressão e a existência de aberturas é possível haver a ventilação natural. A ação dos ventos atua sobre o edifício gerando zonas de pressão e subpressão.

A ventilação natural é capaz de proporcionar a renovação do ar de um ambiente e a velocidade do ar sobre as pessoas é fundamental para o alcance do conforto térmico.

Um dos principais benefícios da ventilação natural é a redução do consumo de energia, minimizando diretamente o uso de sistemas de ventilação mecânica e ar condicionado.

A ventilação cruzada não se resume ao fluxo de ar por somente um ambiente, podendo ser realizada através de mais ambientes, passando por portas e vãos.

Estratégias de ventilação

EFEITO CHAMINÉ

O efeito chaminé é viabilizado pela diferença de pressão entre o ambiente externo e interno que são conseqüência das diferenças de temperatura entre estes meios. Os ambientes internos ganham calor devido às atividades ali realizadas (ocupação, iluminação equipamentos, dispositivos de aquecimento artificial). O ar aquecido torna-se menos denso e sobe, “puxando” ar frio que penetra, geralmente por frestas e pequenas aberturas. Mas, em geral, frestas são comuns em janelas que costumam localizar-se a meia altura do ambiente. Para proporcionar uma renovação de ar mais significativa, é interessante que pequenas aberturas sejam instaladas próximas ao piso para entrada de ar, enquanto aberturas mais altas, sejam na cobertura ou em paredes, sejam usadas para a saída de ar. Deve-se evitar bolsões de ar aquecido acima de aberturas projetadas para a saída de ar.

PEITORIL VENTILADO

O peitoril ventilado é uma solução para proporcionar a ventilação, em geral facilitando a ventilação cruzada, quando se deseja separar as funções de iluminação (janelas) das de ventilação (peitoril ventilado). Esta separação permite que as janelas recebam proteções solares que podem obstruir o vento reduzindo sua velocidade, ou que possam permanecer fechadas em momentos de chuva enquanto a ventilação permanece disponível.
Sua localização abaixo da janela também facilita o efeito chaminé, como já citado. Sua forma e a inclinação de suas aletas afetam a direção e a intensidade do fluxo.
Assim, deve-se avaliar a melhor solução referente à proteção contra chuvas (inclinado ou vertical), inclinação das aletas e se há extensão do peitoril internamente para direcionar o fluxo de ar. Como exemplo, é interessante que o peitoril ventilado seja operável para permitir o seu fechamento quando a ventilação não é desejada.

REDUTOR DE VELOCIDADE

Redutores de velocidade do vento são recomendados quando a ventilação é desejada mas o vento no local apresenta maior intensidade que o desejado para proporcionar conforto e renovar o ar dos ambiente internos. São localizados em uma orientação específica visando uma direção predominante de ventos de elevada intensidade. Os redutores podem ser vazados ou podem ser barreiras dispostas ao longo do entorno do edifício a fim de proporcionar uma rugosidade que desacelera, desvia e/ou reduz o vento incidente. Estas barreiras podem ser utilizadas para fins combinados, como vegetação de arbustos ou árvores em jardins e bancos para os usuários. Podem também ser barreiras em vidro quando se deseja manter a vista para um ponto ou direção específica.

FACHADAS VENTILADAS
  
Fachadas ventiladas ou duplas fachadas são bastante usadas na Europa por fornecer níveis altos de conforto térmico. As fachadas duplas podem ser criadas em diversos materiais e o principio é a criação de um espaço intermediário entre o exterior e o interior da edificação que ao ser ventilado e não ter radiação solar direta reduz o ganho térmico na edificação. Fachadas ventiladas apresentam vidro duplo e circulação de ar no meio. O vidro externo geralmente é simples enquanto o vidro interno é geralmente duplo. Podem ser instaladas venezianas internas no meio que sejam recolhidas de forma manual ou automática. No verão deve ser possível abrir o vidro externo em aberturas inferiores e superiores para permitir uma circulação de ar por efeito chaminé para resfriamento passivo da edificação. No inverno deve permanecer fechado para permitir o ar quente de agir como um amortecedor térmico.

12 de setembro de 2012


ÁGUA – Um Recurso Realmente Precioso
                          

O Uso da Água na Edificação

A água tratada é um produto industrial que exige altos investimentos para a sua produção, distribuição e controle de qualidade.
Pode-se dividir o consumo residencial em dois grupos: o que demanda de água potável, como a higiene pessoal, a preparação de alimentos e para beber; e o de água não-potável, como a lavagem de roupas, a rega de jardins, a lavagem de calçadas e veículos e a descarga das bacias sanitárias.

Estratégias para o Uso da Água na Edificação

A conservação do uso da água pode ser definida como qualquer ação que:

 reduza o consumo de água;

 reduza o desperdício de água;

 aumente a eficiência do uso de água;
 implemente/aumente a reciclagem e o reuso de água.

A implementação do uso racional da água consiste em sistematizar as intervenções que devem ser realizadas em uma edificação, com o mínimo de desperdício.

No caso de água para irrigação, rega de jardim e lavagem de pisos, os requisitos são:
 
 não deve apresentar mau-cheiro;

não deve conter componentes que agridam as plantas ou que estimulem o crescimento de pragas;
 não deve ser abrasiva;
                                                       não deve manchar superfícies;
   não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana.

No caso de água para descarga em bacias sanitárias, os requisitos são:

 não deve apresentar mau-cheiro;
 não deve ser abrasiva;
 não deve manchar superfícies;
 não deve deteriorar os metais sanitários;
 não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana.


Para as águas para refrigeração e sistema de ar condicionado, as condições necessárias são:

 não deve apresentar mau-cheiro;
 não deve ser abrasiva;
 não deve manchar superfícies;
 não deve deteriorar máquinas;
 não deve formar incrustações.

No caso de água para lavagem de veículos, os requisitos necessários são:

 não deve apresentar mau-cheiro;
 não deve ser abrasiva;
 não deve manchar superfícies;
 não deve conter sais ou substâncias remanescentes após a secagem;

não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana.



Para as águas que são utilizadas para lavagem de roupa, os requisitos são:

 deve ser incolor;
 não deve ser turva;
 não deve apresentar mau-cheiro;
 deve ser livre de algas;
 deve ser livre de partículas sólidas;
 deve ser livre de metais;
 não deve deteriorar os metais sanitários e equipamentos;
 não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana.

No caso de água para uso ornamental, os requisitos são:

 deve ser incolor;
 não deve ser turva;
 não deve apresentar mau-cheiro;
 não deve deteriorar os metais sanitários e equipamentos;
 não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana.

Ações para Diminuir o Desperdício e Aumentar a Eficiência

Os sistemas que economizam água provocam a diminuição do consumo, o melhor desempenho e a menor influência da ação do usuário na economia de água.

As opções mais usuais para o racionamento da água dos chuveiros são:

 chuveiros com reguladores da vazão de litros d’água por minuto

 chuveiros tipo ducha, que promovem a redução do desperdício da água por permitir a lavagem localizada em cada parte do corpo;

 Além das bacias com volume reduzido de descarga, existem outras alternativas tecnológicas para a redução do consumo de água nas bacias sanitárias. Dentre elas pode-se citar a válvula de descarga com duplo acionamento, a qual pode ser acionada de duas formas: com um volume em torno de 3,5 litros para dejetos líquidos e um volume maior para dejetos sólidos.

 O consumo nas pias de cozinha é o terceiro mais significativo nas residências.

Reuso

Denomina-se como reuso de água o aproveitamento de águas previamente utilizadas, uma ou mais vezes, em alguma atividade humana para suprir as necessidades de outros benefícios, inclusive o original.
Em uma residência, fazer com que a água servida de lavatórios, bacias sanitárias, chuveiro, máquina de lavar louça e roupa e da cozinha seja direcionada para sofrer um tratamento adequado e uma redistribuição para descargas, rega de jardins, lavagem de pisos e tantas outras atividades que podem ser feitas sem necessitar de água potável.

Aproveitamento de Água Pluvial

Água pluvial é definida como a água que provém diretamente da chuva, captada após o escoamento por áreas de cobertura, telhados ou grandes superfícies impermeáveis.
Podem-se citar como vantagens do aproveitamento de água de chuva:

utiliza estruturas existentes na edificação (telhados, lajes e rampas);
 baixo impacto ambiental;
 água com qualidade aceitável para vários fins com pouco ou nenhum tratamento;
 complementa o sistema convencional;
 reserva de água para situações de emergência ou interrupção do abastecimento público;
 redução do consumo de água potável e do custo de fornecimento da mesma;
 melhor distribuição da carga de água da chuva no sistema de drenagem urbana, o que ajuda a controlar as enchentes.

A desvantagem do sistema é a diminuição do volume de água coletada nos períodos de seca, além da necessidade de se fazer uma manutenção regular no sistema; caso contrário podem surgir riscos sanitários.
Para projetar tal sistema devem-se levar em conta as condições ambientais locais, clima, fatores econômicos, finalidade e usos da água, buscando não uniformizar as soluções técnicas.

Reuso de Água Cinza

Qualquer água que tenha sido usada no lar, exceto água de vaso sanitário, é chamada de água cinza. Água usada em louças, banhos, pias, lavanderia é chamada de água cinza. Corresponde de 50 -80% da água usada que vai para o esgoto.
A reciclagem da água cinza apresenta algumas vantagens, tais como a diminuição do descarte no sistema de esgoto sanitário e a economia de água potável.
A água cinza, devidamente tratada, pode ser utilizada no consumo não potável como descarga de vasos sanitários, lavagem de calçadas e ruas, irrigação de jardins, irrigação de faixas verdes decorativas ao longo de ruas e estradas, construção civil (compactação do solo, controle de poeira, lavagem de agregados), limpeza de tubulações, sistemas decorativos tais como espelhos d’água, chafarizes, fontes luminosas, entre outros.